quarta-feira, 27 de julho de 2011

Museu Itinerante: Amores passados e sublimados....
Por Lara Almeida

Quantas vezes fugimos das memórias afetivas de relacionamentos amorosos do passado? Quantas vezes desejamos incinerar, aniquilar, pulverizar, dizimar, objetos que um dia nos foram evidências de uma grande paixão ou amor, na esperança de que, tais atos, nos sirvam como antídoto para amenizar a dor da separação?

Infelizmente as coisas nem sempre seguem esse rumo. Existem pessoas que preferem guardar os objetos do ex-relacionamento como forma de manter viva uma parte de suas vidas, lembranças tantos boas quanto ruins.



E foi com essa idéia em mente que se criou um museu na Croácia, o Museum of Broken Relationship (Museu das Relações Desfeitas). O museu está “super na moda”, sendo requisitado para exposições em diversas partes do mundo. Ele que incentiva as pessoas a mostrarem em público itens sentimentais que nos remetem aquele ser amado (a) que nos deixaram por “morte morrida”, ou seja, por não mais haver sintonia fina no relacionamento a dois.
Atualmente o museu reuniu mais de 300 objetos de pessoas que doaram suas memórias ao espaço. Cada objeto tem uma história única a ser contada como, por exemplo, a prótese de pé de um veterano de guerra que se apaixonou pela assistente social que o atendia e é descrita como “mais duradouro que o nosso amor. O material era melhor”. Ou ainda a cueca de um apaixonado virtual de Sarajevo, presente de sua namorada on-line que nunca o conheceu na vida real: “e por isso a cueca jamais foi despida”.
Outro item curioso da exposição é o “machado da destruição”, um item curioso que narra à história de um jovem casal que viveu em Berlim: “Ela foi a primeira mulher que morou comigo. Mas meus amigos achavam que eu precisava me abrir mais com as pessoas. Depois de alguns meses, tive a oportunidade de viajar aos EUA e ela não quis ir. Choramos no aeroporto na despedida. Quando voltei, três semanas depois, ela disse que tinha se apaixonado por outra mulher: Só a conheço há quatros dias, mas sei que ela pode me dar tudo que você não pode’. Eu a expulsei do apartamento. Ela saiu em férias com a namorada nova, mas a mobília dela ficou. Eu não sabia o que fazer com minha raiva, e por isso comprei este machado, para descarregar meu mau humor e fazer com que ela sentisse pelo menos alguma perda. Comecei a destruir uma peça de mobília dela por dia, a machadadas. Ela voltou duas semanas depois para apanhar os móveis. Estavam todos organizados, na forma de pilhas de madeira. Nunca imaginei que um machado pudesse ter uma função terapêutica.”
O museu realiza exposições itinerantes por toda a Europa e EUA, e está vindo para a América do Sul! Em cada local que o museu se apresenta, são recolhidas doações de objetos com suas peculiares histórias de relacionamentos locais.  É possível vislumbrar vestidos de noiva, canetas esferográficas, bicicletas, cartas, ursos de pelúcia, enfim, uma variada gama de objetos que retratam a moda dos ex-amantes, ex-apaixonados, ex-companheiros!

Para os curiosos de plantão, esse é o site do Museum of Broken Relationship:


Já diria nosso querido Vinícius de Moraes, no soneto de Fidelidade: “Que seja infinito enquanto dure”.

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